
Cachorra
A carta Cachorra é inspirada em uma roda metálica sucateada, utilizada para impor a disciplina no acampamento do Açude Araras. Conhecida entre os trabalhadores como “cachorra”, essa peça marcava as horas com toques duros e repetitivos, ecoando pelo acampamento e lembrando a todos da rígida rotina de trabalho.
Mais do que um simples relógio improvisado, a “cachorra” simbolizava o controle severo sobre a vida dos obreiros, que, muitas vezes, eram impedidos de buscar outros meios de sustento. A cada batida, reforçava-se a hierarquia do acampamento, onde o tempo e a liberdade eram ditados pelo som frio do metal.
Há relatos de trabalhadores que afirmam, até hoje, ainda ouvir o som da “cachorra” ecoando nas memórias e nos caminhos do Açude Araras, como um eco persistente das jornadas marcadas pelo esforço e resistência.
Assim, a “cachorra” permanece como símbolo marcante da história, memória e cultura popular de Varjota, lembrando as vozes e vidas daqueles que ajudaram a construir a cidade.